Tenho nos rascunhos um post com a minha bucket list para 2016 há séculos e ainda não tive vontade de terminar aquilo e publicar, porque se já o tivesse feito, já saberiam que ir para o ginásio era ( e é!) uma das minhas resoluções de ano novo. Nunca pensei dizer isto. Ou melhor, dizer eu dizia muitas vezes, mas concretizar é que ia sempre adiando mais um bocadinho. Mas lá fui eu na semana passada inscrever-me e hoje foi o primeiro dia! Bem, só vos posso dizer que adorei!! Sim, leram bem. Não foi engano. O facto de ter deixado o ballet e de no período passado me ter sentido demasiado parada, deu-me motivação para me inscrever em algo novo e diferente.
Não sou muito de ir para as máquinas (por enquanto), prefiro as aulas de grupo. Hoje fiz localizada. Se custou? Custou! Mas a verdade é que enquanto ali estive não pensei em mais nada, senti-me a libertar todo o stress que tenho em cima e soube-me mesmo bem. Apesar das dores e de às vezes fazer batota e ter mesmo de parar por não aguentar mais, estou motivada para continuar. Talvez ainda fique boazona até ao Verão, como diz a Pipoca!
Não fiz esta retrospetiva antes porque até agora pensei que não o ia fazer. Não me farto de dizer que sinto o tempo a passar demasiado rápido. Tão rápido, tão rápido que tenho a perceção de só ter sentido 2015 à superfície. Soube-me a pouco. Contudo, este sentimento não faz com que não esteja grata por tudo o que tenho de bom, porque o estou.
Em 2015 senti-me como que a sufocar. Senti-me insegura como nunca antes me tinha sentido, autoestima em baixo mais do que o normal, ansiedade e pressão sempre a marcarem presença nos meus dias.
Em 2015 as amizades estiveram constantemente à prova. Percebi que nem tudo é um mar de rosas e que à medida que vamos crescendo e moldando a nossa personalidade, vamos entendendo aquilo que não gostamos nos outros. E isso acontece com os outros também. E por isso, em 2015 aprendi a saber com quem posso contar realmente e eliminei algumas pessoas da minha vida. Confesso que isso ainda me custa um bocadinho, porque eram amizades com muitos anos, mas sinto que é melhor assim.
Em 2015 saí do ballet. Dos 3 aos 16 nunca parei de dançar. Mas foi em 2015 que chegou a hora de deixar as sapatilhas de ponta a um canto. Sinto saudades de dançar, mas não sinto nem um pouco de saudades do sítio onde dançava e do ambiente que lá se vivia.
Em 2015 fui invadida por uma sensação de impotência em relação a várias situações.
Em 2015 dei ainda mais valor às pequenas coisas. Para mim o café e pastel de nata com a minha irmã que virou rotina sabe-me pela vida e é algo tão simples!
Em 2015 fui pela primeira vez a um concerto no Meo Arena, dos The Script, tive uma visita de estudo de dois dias pela costa Vicentina e tive o Verão mais curto de sempre graças aos exames.
Em 2015 tive bons momentos, mas não um bom ano. Quando olho para trás, é disto que me recordo. Nada mais.
Não houve passas. Nem fogo de artifício. Nem pedi desejos. Estava ali a celebrar a transição para um novo ano, mas sem estar realmente ali. Tinhas as expectativas elevadas, afinal de contas, ia passar a passagem de ano com um grupo de amigos pela primeira vez e achei que tinha tudo para correr bem. Mas a verdade é que tirando o jantar, não se fez literalmente mais nada de jeito. Senti que estar ali ou não estar era exatamente a mesma coisa. Estava rodeada de tanta gente e no fundo, sentia-me tão sozinha. Sinto-me a entrar numa espiral de ansiedade, stress e depressão e nunca pensei que alguma vez me fosse sentir assim. Quase que tenho medo do novo ano, do que aí vem. Espero, honestamente, que o meu ano 2016 não seja o reflexo desta noite ou deste primeiro dia. Desejo-vos a todos um excelente ano 2016, com saúde, amor e que fiquem cada vez mais próximos de realizar os objetivos que definiram.