Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Delicate Notes

As memórias são para ser partilhadas

O peso de não me imaginar a fazer outra coisa

x | via Tumblr

No início do 10º ano comecei por não querer contar a ninguém que já me tinha decidido. Que era mesmo aquilo que queria (e quero!) e que ia lutar por isso. Se corresse bem, então saberiam a seu tempo. Se desse para o torto, ninguém saberia e não teria de enfrentar conversas como: "Oh, não conseguiste entrar" para as quais não tenho a mínima paciência. Afinal se ninguém soubesse, era mais fácil. Comecei por responder "Ainda não sei.", "Não tenho bem a certeza" e para os mais insatisfeitos: "Quero algo na área da Saúde" à pergunta "Então e o que queres seguir?". A verdade é que, e não sei como, perdi o controlo disto. E a pouco e pouco, deixou de ser algo só meu e passou a ser algo que os mais próximos sabiam. Sei que tenho quem me apoie nisto e os meus pais, mostram-se disponíveis a fazer os possíveis para eu ter todo o apoio para conseguir o meu melhor. A minha mãe sempre soube. Não era preciso dizer-lhe para que ela o soubesse. Ao meu pai e à minha avó paterna tentei sempre esconder, porque detestava quando se punham com conversas a enaltecer os bens e a vida que um determinado médico que conheciam leva e que isso me dava estabilidade financeira e aquelas conversas todas da treta. Juro-vos, que ponderei durante anos e aliás, fiz-me de difícil dizendo que a ideia de medicina era só a ideia de criança. Que já me tinha passado...Só para ver se eles tiravam aquela ideia da cabeça. Mas cá no fundo, o sonho nunca deixou de existir. Era apenas para os contrariar. 

Confesso que pensava que o secundário ia ser mais fácil. Tão ingénua. A verdade é que não é, pelo menos para mim não está a ser só estalar os dedos. As recaídas e vontade de chorar de um momento para o outro são constantes e vou-me a baixo com pouca coisa. A pressão que tenho em cima, os momentos de dúvida, o peso que carrego só eu sei. Porque não vale a pena irritarem-se comigo por ter tido uma nota menos boa. Porque a única coisa que conseguem é desmotivar-me ainda mais, visto que a minha principal inimiga sou eu. Eu, que me culpo por tudo o que fiz menos bem. Não me imaginar a fazer outra coisa na vida e saber que isso depende destes 3 anos, é um peso que não consigo tirar de cima, nem por um bocadinho. Tenho alturas em que me faltam as forças. E não quero ser uma frustada. Não quero. Quero tanto isto e há tanto tempo...E às vezes mesmo com tanto trabalho e esforço não consigo. Eu espero mesmo daqui a dois anos estar a escrever um post no blog em como consegui! Consegui concretizar o que tanto desejei e tirar o peso que tinha em cima há tanto tempo. Ao escrever isto, as lágrimas vêm-me aos olhos e imagino como irei reagir se isso acontecer. Acho que vou chorar. É o mais provável... Até lá, resta-me continuar a trabalhar e vocês a levarem com momentos em que a pessoa em quem mais duvido sou eu mesma. Quero tanto isto, tanto. 

1 comentário

Comentar:

Mais

Se preenchido, o e-mail é usado apenas para notificação de respostas.

Este blog tem comentários moderados.

Este blog optou por gravar os IPs de quem comenta os seus posts.

Arquivo

  1. 2016
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2015
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2014
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2013
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2012
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2011
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D